EXAME – A plataforma busca ajudar supermercados, restaurantes, farmácias, açougues e lojas de produtos artesanais a entrar no comércio eletrônico

O Grupo Flora, com centenas de floriculturas cadastradas em sua plataforma para a venda de flores pela internet por todo o país, busca atingir um novo público. A companhia, que controla as empresas Flores Online, Isabela Flores e Uniflores, lançou o Gingo, uma plataforma que permite que pequenos empreendedores e lojistas afetados pela crise do coronavírus continuem vendendo por delivery.

A plataforma busca ajudar supermercados, restaurantes, farmácias, açougues e lojas de produtos artesanais a entrar no comércio eletrônico. O pequeno negócio é responsável por cadastrar seus produtos na plataforma e a entrega é feita por parceiros e entregadores locais. Já está em nove cidades, com 75 negócios cadastrados.

Durante o período de isolamento social, a empresa não irá cobrar nada dos lojistas. “A princípio cobraríamos uma pequena comissão. Mas nesse momento é um absurdo querer cobrar”, diz Luiz Torres, presidente da Flores Online e fundador da Isabela Flores.

“Muitas redes e pequenos negócios perderam, de uma hora para outra, 98% das vendas. Houve uma migração para as vendas online. Claro, a mudança de canal não foi 100%, mas é o que está segurando esses negócios no momento”, afirma o presidente.

Um estudo da Boa Vista, empresa que gerencia o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e serviços como análise de CPF, descobriu que, para 42% das empresas brasileiras, as vendas online representam até 10% do faturamento.

Na sequência, 22% tira entre 10% e 30% do faturamento da internet. Na outra ponta, só 20%, ou duas em cada dez empresas, conseguem obter online mais da metade da receita.

Os primeiros negócios a se inscreverem na plataforma eram de São João da Boa Vista, cidade de São Paulo perto da fronteira com Minas Gerais, sede do escritório do grupo. Segundo Torres, as gigantes iFood e Rappi estão concentradas nas capitais. “Nós conseguimos ter uma capilaridade maior no interior do Brasil”, diz.

Projeto novo, sonho antigo

Embora o projeto do Gingo tenha sido lançado para tentar minimizar o impacto da pandemia do coronavírus, a criação de uma nova plataforma já era uma ideia antiga do grupo. Há um ano, o Grupo Flora já vinha desenvolvendo uma plataforma de vendas para expandir sua atuação.

A empresa percebeu que, no médio prazo, poderia chegar ao limite do mercado de vendas de flores pela internet. Por isso, começou a pensar em negócios alternativos para manter o ritmo de crescimento.

O projeto inicial era um serviço de chat entre empresas e clientes para organizar pedidos de compras e ser uma alternativa ao whatsapp, aplicativo muito usado por pequenos negócios.

O projeto evoluiu para um site de marketplace, mas que ainda estava muito início de desenvolvimento. Em 15 dias, após o início da pandemia no país, a Flores Online acelerou a iniciativa e lançou a versão para computador no início de abril e está criando a versão para smartphone. 

Ver matéria original: https://exame.abril.com.br/pme/dono-da-flores-online-cria-negocio-de-olho-no-pequeno-lojista-do-interior/